17.9.04

Episódio 4 - New York Underground



Nova York.

Quando o Toino assentou os cascos em terreno Americano, os sismógrafos acusaram nivel 2 na escala de Mercali.

O Toino e a sua mala, passaram a alfândega sob o olhar atento das forças de segurança. Algumas dúvidas se puseram: Seriam 2 palestinianos empoleirados um sobre o outro com 12 coletes de bombas?....

Como os detectores nada acusaram e ele trazia um visto de Lapadócia, o primo saiu do aeroporto sem problemas.

Parou e olhou a cidade do alto dos seus 2 metros e suspirou pensando:
"Adoro aldeias à beira mar".

O mamífero vestiu um yellow cab e disse no mais puro americano, na sua voz cava que partia qualquer vidro blindado:
"Go downtown to Seixal alley, 35, Bronx, please".

O motorista, um serial killer que nunca fora apanhado em 20 anos, guiou todo o percurso com um olho na estrada e outro no retrovisor. O medo é uma coisa muito bonita.....
Quando o táxi parou, o Toino despiu-o e pagou.
"Keep the change" disse ele. "Buy something nice for your mistress".

O táxi saiu de campo como uma estrela cadente. O desejo era para o motorista.

Toino aproximou-se de um degradado edificio num bairro em vias de extinção.
Pegou num papelinho que trazia. Olhou pela janela do 1º andar e viu uma sombra a descer apressadamente as escadas.

Baixou-se e levemente bateu na porta do rés do chão.
A porta saltou dos gonzos e uma figurinha, vestida como para uma parada do Carnaval de Torres gritou:

"Credo! Que violência!"

O personagem, meio achocolatado, apresentou-se como sendo o Joe Castlle Bronx, marchand de peças de Arte Roubadas. Era um básico que nem o estatuto de alien tinha em NY. Era uma espécie de virus mal amanhado, num organismo chamdo Big City.

"Diga! Que faz aqui?" Guinchou ele.

"Tenho algo que lhe interessa" Trovejou o Toino.

O Ucal com chocolate, pensou: "mas quem é este monumento?"

"Como sabe o que me interessa?" Disse ele na sua vozita de caniche.

"Sei que gosta de originais" Afirmou o primo.

"Que originais?" Respondeu fazendo uma pose Veneziana.

"Renoirs" Disse o Toino abrindo a mala e desenrolando uma tela.

Os olhitos do marron até se reviravam. Só lhe faltava bolsar.

"Mas de onde veio esta cópia? Arfou o Joe com os olhos duplicados no tamanho.

"Cópia? Mas que cópia?" Rosnou o primo como uma trovoada em pleno Scala de Milão.

"Desculpe. De onde veio este quadro?" miou ele....

"De Lapadócia, palhaço. De casa dos meus Tios."

Joe de Castlle Bronx, até ficou mais claro...

"De Lapadócia? Da casa senhorial?"

"Claro, " Respondeu o primo 15 DBs abaixo.

"Ui, Credo! Virgem Santíssima! Pai Nosso! Cristo e todos os Apóstolos...Então é um original." Gritou ele num estado alterado e histérico.

"Foi o único que o meu primo não estragou com carneirinhos"

Joe, ficou a olhar estarrecido. Não continha os tiques.....

"E quer vendê-lo?"

"Não! Quero trocá-lo"

"Trocar?? Trocar por quê?"

"Por uma equipe!"

Um silênco ocupou o espaço vazio entre eles.

"Equipe? De Drag Queens, ventríloquos, fiscais de finanças?"

"Não! De Gatunos, mongo!"

"Ui! Credo! Virgem Santíssima! Cristo e todos os Apóstolos"

"A Virgem dava muito jeito, para os milagres de que vamos precisar e os Apóstolos carregavam material. O Cristo ficava a morder a bófia...."

"Mas que equipe? O que pretende?"

"Quero assaltar o First National Bank!

Cada vez mais o Ucal com chocolate ficava branco. Até podia ser apelido.

" O First National Bank?"...arfou ele.

"Sim, esse!"

"Mas isso é impossível"

"Se quer a tela, reúna uma equipe".

Joe, sem perder a postura respondeu rápidamente:

"Tenho de falar com a Marge, a de Rebel Pinta

"Fala, mas tens de ser rápido, Mini Magnum de caramelo, ou nunca mais vês o Renoir."

Toino dirigiu-se para a porta enquanto Joe, tentava saber qual dos telemóveis havia de usar com a toillete para falar com a Marge de Rebel Pinta, a dos roubos Light.....

Toino levantou o braço ao nível do segundo andar e o Táxi parou.
A noite continuou a cair tal como a Bolsa.....

Eu sabia que ele ia ter sucesso. Lá fui eu para o Jardim de Lapadócia, hoje conhecido pelo Jardim da Estrela, com uma garrafa de James Martin, 20 anos.
A polícia apareceu às 23:00 como era habitual......